Apresentação

Sobre este Catálogo

Este Catálogo, iniciado como parte de uma pesquisa para atender a uma demanda do curso de Doutorado em Linguística,  contém o resultado de um extenso levantamento de obras lexicográficas de línguas indígenas brasileiras e, mesmo com a Tese defendida, prosseguimos o trabalho de pesquisa, quase sem interrupção nos últimos anos, envolvendo o maior número possível de línguas (de diferentes famílias e também as isoladas) faladas por povos indígenas do Brasil e de regiões fronteiriças do país.

O interesse por esse conjunto de dados lexicográficos vem da necessidade de se ter uma perspectiva do que já se produziu em termos qualitativos e quantitativos, a fim de fornecer a pesquisadores indígenas e não indígenas, a professores e professoras indígenas e não indígenas informação específica sobre materiais dessa natureza. Com isso, podemos ter uma noção de que tipos de dicionários, vocabulários, glossários e listas de palavras para que línguas e em que época.

Nesse levantamento, já obtivemos e analisamos a microestrutura de um número significativo de dados sobre materiais lexicográficos, mas ainda há outra quantidade de textos cujo acesso é bastante difícil e, por isso, até o momento continuam inacessíveis.

No entanto, ao avaliar que a quantidade de materiais que já havia reunido constituía um conjunto razoável de materiais lexicográficos produzidos sobre as línguas indígenas, decidimos, apesar de longo caminho ainda a ser percorrido, tornar públicos os dados desta pesquisa, uma vez que, apesar da grande quantidade de iniciativas que sistematizam dados bibliográficos sobre essas línguas, quase nada se publicou especificamente sobre o conjunto da produção lexicográfica das línguas indígenas brasileiras (destaco aqui iniciativas como o projeto Glottolog, de Harald Hammarström e colaboradores, ou o Diccionario Etnolingüístico y Guía Bibliográfica de los Pueblos Indígenas Sudamericanos, de Alain Fabre, que reuniram e sistematizaram dados bibliográficos gerais sobre línguas indígenas), buscando, dessa forma, contribuir com os estudos da área da Lexicografia, mas também com o trabalho de documentação e descrição de línguas indígenas, e com a própria educação escolar indígena.

Trata-se de um trabalho em curso, não só porque ainda há materiais a serem localizados, cujas referências disponíveis foram obtidas de modo indireto em diferentes bases de dados, mas porque, felizmente, a pesquisa linguística continua produzindo cada vez mais e mais materiais sobre as línguas indígenas do Brasil. 


Nota: Jorge Domingues Lopes defendeu a tese intitulada “Uma interface da documentação linguística e modelos lexicográficos para línguas indígenas brasileiras: uma proposta para o Suruí-Aikewára”, orientada pela professora doutora Ana Suelly Arruda Câmara Cabral, Laboratório de Línguas e Literaturas Indígenas, Universidade de Brasília, em 2014. A tese está disponível no Repositório Institucional da UnB.